Apresentação

O LABEFLU é o Laboratório de Efluentes Líquidos e Gasosos do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina. É coordenado pelos professores Rejane Helena Ribeiro da Costa, Paulo Belli Filho e Rodrigo de Almeida Mohedano. Juntos, contabilizam mais de 200 publicações científicas nacionais e internacionais, no desenvolvimento de bioprocessos de tratamento de efluentes e recuperação de recursos.

No LABEFLU mais de 90 dissertações de mestrado, 38 teses de doutorado e 13 supervisões de pós-doutorado foram orientadas pelos professores, além da docência em nível de graduação e pós-graduação e orientação de diversos trabalhos de conclusão de curso, contribuindo para a formação de muitos alunos, brasileiros ou estrangeiros, ao longo dos anos. Destacando-se cooperações com grupos de pesquisas internacionais da  Alemanha, Holanda, Portugal, Suíça, Polônia e Itália, entre outros.

As pesquisas realizadas no LABEFLU compreendem tecnologias e processos para o tratamento do esgoto e de resíduos produzidos durante o tratamento. O esgoto sanitário é gerado nas atividades do dia a dia. Além da descarga do vaso sanitário, atividades como lavar roupas, tomar banho e lavar as mãos também contribuem para isso.

O esgoto deve ser tratado para não causar poluição nos corpos hídricos receptores, tais como rios e oceanos. Para isso existem as estações de tratamento de efluentes, local onde o esgoto é tratado antes de ser lançado nos corpos hídricos.

As principias tecnologias estudadas no LABEFLU são processos biológicos de tratamento, tais como, reatores de lodo ativado ou lodo granular, lagoas de macrófitas (lemnas), reatores anaeróbios de fluxo ascendente e biodigestores.

Os processos biológicos de tratamento de efluentes utilizam organismos vivos, como as bactérias, fungos, algas e plantas aquáticas superiores. Os quais podem realizar a purificação do esgoto utilizando o oxigênio disponível (processo aeróbio) ou outra fonte de energia que não seja o oxigênio (processo anaeróbio).

Porém, o crescimento e a multiplicação desses organismos produz uma biomassa, que é considerada um resíduo do processo de tratamento de esgoto. No Brasil, a destinação mais comum pra essa biomassa é a disposição em aterros sanitários que, em alguns casos, pode representar cerca de 60% dos custos de operação de uma estação de tratamento de efluentes.

Atualmente, ao invés de apenas tratar, as pesquisas estão focadas em reaproveitar os materiais contidos no esgoto. Tanto o esgoto sanitário quanto o lodo produzido pelo tratamento deste contêm muitos nutrientes, como fósforo e nitrogênio, se tornando interessantes para o reuso na agricultura, por exemplo.

Além disso, esse lodo gerado é rico em várias substâncias com aplicabilidade industrial. Dentro dessa ótica, uma das linhas de pesquisa do LABEFLU é avaliar e reaproveitar esses biomateriais, e não somente o tratamento do esgoto sanitário.

Outro processo em destaque no grupo de pesquisa é a utilização da digestão anaeróbia. Este tipo de processo possui vantagens como a menor produção de lodo e a produção de biogás. Este gás gerado pode ser reaproveitado como energia química ou elétrica.

Por fim, também é estudado pelo grupo, o tratamento de esgoto por meio de lagoas de macrófitas (lemnas). Estas lagoas utilizam um vegetal aquático, que é capaz de consumir os poluentes do esgoto. É uma tecnologia de baixo custo que, além de tratar o esgoto, produz a biomassa desses vegetais, que pode ser utilizada em diversos setores, por conta da elevada concentração de proteína e amido, além de outros nutrientes.

Nesta perspectiva, as estações de tratamento de efluentes são consideradas “biofábricas” que, além de tratar o esgoto, produzem materiais de valor agregado e energia, resultando em benefícios sociais, econômicos e ambientais.

Em síntese, o LABEFLU vem aplicando o conceito de “biorrefinaria” aos processos de tratamento de esgoto, sendo líder nacional nessa temática.